Na quinta-feira, após sair de uma
aula na Faculdade de Educação da UFBA e enquanto esperava um ônibus no ponto em
frente ao campus, tive o desprazer de ouvir um colega contar sobre suas
experiências no estágio que está fazendo em uma escola da rede pública: ele
dizia não ter paciência com as crianças da educação infantil, e retratava a
forma como se dirigia aos alunos.
Lembro- me claramente de alguns
de seus relatos, onde ele dizia se dirigir à turma como “rebanho de porra”, e
de um dia em que ele comparou um aluno de 13 anos que não sabia juntar BO com
LA com um burro (para ele, o burro era mais “inteligente” porque sabia
diferenciar água e capim, já o aluno não sabia a diferença entre vogais e
consoantes). Escutei àquilo tudo horrorizada, pois se tratava de um estudante
de licenciatura, e passei o resto do dia pensando mais uma vez no papel do
professor na vida dos alunos.
O colega em questão se queixava
para os amigos que a turma não tinha vontade de aprender, mas se tratando de
meninos e meninas da educação infantil, não seria então papel do professor
despertar essa vontade? Por que não tornar o aprendizado mais divertido e menos
temeroso? O que esse rapaz estaria fazendo nessa sala de aula sem ninguém para
dizer que aquilo é errado? Qual será o produto dessas experiências para cada
uma dessas crianças?
Sempre carreguei comigo a ideia
de que o aluno é espelho de sua relação com seus professores, e confesso ter
ficado bastante preocupada pois existem incontáveis “profissionais” como este
colega nas salas de aula, Brasil à fora.
Na sexta-feira, Denilson iniciou
a aula no 2°A perguntando como havia sido a prova a e depois explicou como será
seu método de avaliação esta unidade. Haverá um trabalho chamado “Liberdade pra
cima da cabeça” valendo dois pontos, e trazendo imagens dos próprios alunos tratando
sobre a diversidade e liberdade do povo negro através da estética. A aula foi
uma introdução sobre indústria e industrialização, a turma estava bastante
atenta e participativa e um aluno de outra sala, que estava sem aula no
momento, pediu para assistir.
No final, Denilson agradeceu à
turma pela aula e seguiu para o 1° A, onde esperou que a turma organizasse a
sala com as cadeiras em círculo para entrar. Lá houve a apresentação de um
trabalho sobre o uso das novas tecnologias na cartografia. Um dos alunos
mostrou certo desinteresse em relação ao trabalho, então Denilson deu alguns
conselhos sobre seu potencial e sua falta de esforço e seus olhos se encheram d’água
– penso que talvez lhe falte incentivo e/ou reconhecimento.
No 1° D houve também a apresentação
dos trabalhos sobre o uso das novas tecnologias na cartografia. Nas duas turmas
alguns alunos liam suas falas direto do celular, dando a impressão de que a
pesquisa havia acabado de ser feita.
Na reunião geral fomos
apresentados aos dois novos bolsistas, Vinícius e Ítalo, e fizemos uma
atividade onde corrigimos as referências dos relatórios de bolsista um do
outro.
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