quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Larissa Gomes – semana de 25 a 29/07


Na quinta-feira, após sair de uma aula na Faculdade de Educação da UFBA e enquanto esperava um ônibus no ponto em frente ao campus, tive o desprazer de ouvir um colega contar sobre suas experiências no estágio que está fazendo em uma escola da rede pública: ele dizia não ter paciência com as crianças da educação infantil, e retratava a forma como se dirigia aos alunos.
Lembro- me claramente de alguns de seus relatos, onde ele dizia se dirigir à turma como “rebanho de porra”, e de um dia em que ele comparou um aluno de 13 anos que não sabia juntar BO com LA com um burro (para ele, o burro era mais “inteligente” porque sabia diferenciar água e capim, já o aluno não sabia a diferença entre vogais e consoantes). Escutei àquilo tudo horrorizada, pois se tratava de um estudante de licenciatura, e passei o resto do dia pensando mais uma vez no papel do professor na vida dos alunos.
O colega em questão se queixava para os amigos que a turma não tinha vontade de aprender, mas se tratando de meninos e meninas da educação infantil, não seria então papel do professor despertar essa vontade? Por que não tornar o aprendizado mais divertido e menos temeroso? O que esse rapaz estaria fazendo nessa sala de aula sem ninguém para dizer que aquilo é errado? Qual será o produto dessas experiências para cada uma dessas crianças?
Sempre carreguei comigo a ideia de que o aluno é espelho de sua relação com seus professores, e confesso ter ficado bastante preocupada pois existem incontáveis “profissionais” como este colega nas salas de aula, Brasil à fora.
Na sexta-feira, Denilson iniciou a aula no 2°A perguntando como havia sido a prova a e depois explicou como será seu método de avaliação esta unidade. Haverá um trabalho chamado “Liberdade pra cima da cabeça” valendo dois pontos, e trazendo imagens dos próprios alunos tratando sobre a diversidade e liberdade do povo negro através da estética. A aula foi uma introdução sobre indústria e industrialização, a turma estava bastante atenta e participativa e um aluno de outra sala, que estava sem aula no momento, pediu para assistir.
No final, Denilson agradeceu à turma pela aula e seguiu para o 1° A, onde esperou que a turma organizasse a sala com as cadeiras em círculo para entrar. Lá houve a apresentação de um trabalho sobre o uso das novas tecnologias na cartografia. Um dos alunos mostrou certo desinteresse em relação ao trabalho, então Denilson deu alguns conselhos sobre seu potencial e sua falta de esforço e seus olhos se encheram d’água – penso que talvez lhe falte incentivo e/ou reconhecimento.
No 1° D houve também a apresentação dos trabalhos sobre o uso das novas tecnologias na cartografia. Nas duas turmas alguns alunos liam suas falas direto do celular, dando a impressão de que a pesquisa havia acabado de ser feita.

Na reunião geral fomos apresentados aos dois novos bolsistas, Vinícius e Ítalo, e fizemos uma atividade onde corrigimos as referências dos relatórios de bolsista um do outro.

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